terça-feira, 15 de agosto de 2017

Trabalho - Audiolivro

ENSINO DE LEITURA MEDIADO PELO USO DO AUDIOLIVRO

Por Janayna Brandão de Almeida, RU 1003621
Polo de apoio presencial: PAP São Luís
Data 07/08/2017



                   A humanidade tem criado diferentes formas de transmitir informações visando à aquisição de conhecimento. Da narrativa oral e, posteriormente, através da escrita, foram sendo criadas tecnologias com o objetivo de facilitar o acesso à informação. O enfoque desta reportagem é o estudo das características da plataforma do livro digital e do audiolivro, com o objetivo de enfatizar que Escolas públicas do Munícipio de São Luís do Maranhão que trabalham com inclusãoutilizam desse recurso didático como forma de estimular o contato de alunos com deficiência visual com diversas obras da literatura brasileira. A prática é utilizada com alunos a partir do terceiro ano do Ensino Fundamental menor. Na disciplina de Língua portuguesa. A vantagem é fazer com que os alunos sintam-se parte da turma que frequentam, podendo usufruir das visitas à biblioteca e discutir temas dos trabalhos solicitados pelos professores com os demais colegas que não possuem deficiência visual. A desvantagem acaba sendo o comodismo de alguns alunos que não são cegos, mas que acabam preferindo escutar o livro a exercitar a prática da leitura.
                   Logo depois da primeira guerra mundial começaram a surgir as primeiras gravações de obras literárias e teatrais com o intuito de garantir um entretenimento aos soldados que sofreram com a perda da visão durante as batalhas. Sendo assim, o que foi primeiramente desenvolvido para os cegos se tornou também uma opção para as pessoas que não tinham tempo para ler os livros no formato impresso. O audiolivro surgiu no Brasil na década de 1970 e sua utilização é feita principalmente por pessoas com deficiência visual. Diversas instituições de propósito filantrópicas distribuem de forma gratuita os audiolivros (didáticos, periódicos, romances, etc.) para este público e seus familiares. Por outro lado atendendo um público menor, muitos sites na internet oferecem comercialmente este material para pessoas que não disponibilizam de tempo para leitura e escutam os textos durante suas atividades diárias.
Na década de 1980, os Estados Unidos popularizam o uso do audiolivro e atualmente se tornaram omaior mercado consumidor deste formato de livro, possuindo em torno de 18.000 títulos disponíveis para o público em geral. De acordo com a APA - AudioPublishersAssociation, que realizou uma pesquisa e constatou que cerca de 41% dos americanos escutaram pelo menos um audiolivro no ano de 2014.A Europa na década de 90 passa a utilizar também este formato de livro, principalmente nos países como a Alemanha e Grã-Betanha em que foi aceito de uma forma bem receptiva pelo mercado editorial local. As crianças eram incentivadas à leitura, e em inúmeros locais pode-se ouvir um livro narrado por autores consagrados, como em bares, pontos de encontro e festivais de literatura falada.
                   De acordo com Menezes e Franklin (2008), o termo audiolivro não possui um espaço significativo na produção científica brasileira. Frequentemente encontra-se referência ao termo livro falado, consequência da diferenciação utilizada pela comunidade de ledores e produtores. Segundo este grupo de pessoas, o audiolivro diferencia-se do livro falado em razão da transmissão de emoções que são proporcionadas por recursos de multimídia. O livro falado se caracteriza por uma leitura mais simples e objetiva, sem apresentar muitas expressões em sua narrativa, ficando assim a sua representação mais perto da realidade do livro impresso. No mercado educacional um dos fatores que contribui para a sua aceitação é pela sua acessibilidade, pois comparado aos livros em Braille que ocupam um espaço avantajado nas bibliotecas, o audiolivro é disponibilizado em CD-ROM com o mesmo conteúdo de um livro impresso.
                   Diferentemente do livro digital, no audiolivro não se trabalha com imagens, apenas com a audiodescrição dessas. No audiolivro existe a reconstrução de uma forma virtual da relação entre ouvinte e narrador pois nele está presente a voz e a sonoridade, que não estão presentes no livro impresso. O audiolivro, segundo Souza, “é um livro em áudio, no qual os ledores, voluntários ou contratados para esta finalidade, interpretam textos literários, científicos, ou didáticos, que, utilizando sonorizações em suas narrativas, transmitem sentimentalismo em suas apresentações”
                   Nos primórdios do audiolivro, o suporte utilizado era o K7 ou vinil. Atualmente, sua forma predominante é no formato digital, podendo ser armazenado em CD e DVD ou disponibilizado na internet em sites específicos, com acesso pago ou gratuito, para serem capturados por downloads.
No audiolivro o ouvinte deve procurar identificar as intenções expressas pela fala dos personagens, entendendo e percebendo as entrelinhas do texto, para que dessa maneira consiga compreender e dar sentido ao contexto da história. Sendo assim definida a forma de interação entre o ouvinte e a história ouvida.Embora possua diferentes recursos de áudio, o “leitor” (ouvinte) do audiolivro se diferencia do leitor imersivopois não há uma leitura intermediada pelos infinitos recursos hipermidiáticos, onde o leitor participa como coautor, criando seu próprio caminho.
                   Assim, para entender melhor o funcionamento e as possibilidades de um audiolivro torna-se importante estudar a sua produção. Daí a importância da característica do audiolivro de resgatar a oralidade e enfatiza os cuidados necessários na produção, emissão e recepção do audiolivro.Portanto, não é necessário apenas estudar a morfologia e a semântica das palavras frente à possibilidade do audiolivro, deve-se compreender a morfologia e a semântica do som, assinando sua obra com sua impressão digital oratória e auditiva.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O CLOSED CAPTION AUXILIANDO NA INCLUSÃO DE ALUNOS SURDOS Por WELLINGTON MOREIRA PEREIRA – RU 1741455 Polo SÃO LUÍS-MA Em 15/09/2017 ...