ENSINO DE LEITURA
MEDIADO PELO USO DO AUDIOLIVRO
Por Janayna Brandão de Almeida, RU 1003621
Polo de apoio presencial: PAP São Luís
Data 07/08/2017
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A
humanidade tem criado diferentes formas de transmitir informações visando à
aquisição de conhecimento. Da narrativa oral e, posteriormente, através da
escrita, foram sendo criadas tecnologias com o objetivo de facilitar o acesso à
informação. O enfoque desta reportagem é o estudo das características da
plataforma do livro digital e do audiolivro, com o objetivo de enfatizar que
Escolas públicas do Munícipio de São Luís do Maranhão que trabalham com
inclusãoutilizam desse recurso didático como forma de estimular o contato de
alunos com deficiência visual com diversas obras da literatura brasileira. A
prática é utilizada com alunos a partir do terceiro ano do Ensino Fundamental
menor. Na disciplina de Língua portuguesa. A vantagem é fazer com que os alunos
sintam-se parte da turma que frequentam, podendo usufruir das visitas à biblioteca
e discutir temas dos trabalhos solicitados pelos professores com os demais
colegas que não possuem deficiência visual. A desvantagem acaba sendo o
comodismo de alguns alunos que não são cegos, mas que acabam preferindo escutar
o livro a exercitar a prática da leitura.
Logo
depois da primeira guerra mundial começaram a surgir as primeiras gravações de
obras literárias e teatrais com o intuito de garantir um entretenimento aos
soldados que sofreram com a perda da visão durante as batalhas. Sendo assim, o
que foi primeiramente desenvolvido para os cegos se tornou também uma opção
para as pessoas que não tinham tempo para ler os livros no formato impresso. O
audiolivro surgiu no Brasil na década de 1970 e sua utilização é feita
principalmente por pessoas com deficiência visual. Diversas instituições de
propósito filantrópicas distribuem de forma gratuita os audiolivros (didáticos,
periódicos, romances, etc.) para este público e seus familiares. Por outro lado
atendendo um público menor, muitos sites na internet oferecem comercialmente
este material para pessoas que não disponibilizam de tempo para leitura e
escutam os textos durante suas atividades diárias.
Na década de 1980, os Estados Unidos
popularizam o uso do audiolivro e atualmente se tornaram omaior mercado
consumidor deste formato de livro, possuindo em torno de 18.000 títulos
disponíveis para o público em geral. De acordo com a APA -
AudioPublishersAssociation, que realizou uma pesquisa e constatou que cerca de
41% dos americanos escutaram pelo menos um audiolivro no ano de 2014.A Europa
na década de 90 passa a utilizar também este formato de livro, principalmente
nos países como a Alemanha e Grã-Betanha em que foi aceito de uma forma bem
receptiva pelo mercado editorial local. As crianças eram incentivadas à
leitura, e em inúmeros locais pode-se ouvir um livro narrado por autores
consagrados, como em bares, pontos de encontro e festivais de literatura
falada.
De
acordo com Menezes e Franklin (2008), o termo audiolivro não possui um espaço
significativo na produção científica brasileira. Frequentemente encontra-se
referência ao termo livro falado, consequência da diferenciação utilizada pela
comunidade de ledores e produtores. Segundo este grupo de pessoas, o audiolivro
diferencia-se do livro falado em razão da transmissão de emoções que são
proporcionadas por recursos de multimídia. O livro falado se caracteriza por
uma leitura mais simples e objetiva, sem apresentar muitas expressões em sua
narrativa, ficando assim a sua representação mais perto da realidade do livro
impresso. No mercado educacional um dos fatores que contribui para a sua
aceitação é pela sua acessibilidade, pois comparado aos livros em Braille que
ocupam um espaço avantajado nas bibliotecas, o audiolivro é disponibilizado em
CD-ROM com o mesmo conteúdo de um livro impresso.
Diferentemente
do livro digital, no audiolivro não se trabalha com imagens, apenas com a
audiodescrição dessas. No audiolivro existe a reconstrução de uma forma virtual
da relação entre ouvinte e narrador pois nele está presente a voz e a
sonoridade, que não estão presentes no livro impresso. O audiolivro, segundo
Souza, “é um livro em áudio, no qual os ledores, voluntários ou contratados
para esta finalidade, interpretam textos literários, científicos, ou didáticos,
que, utilizando sonorizações em suas narrativas, transmitem sentimentalismo em
suas apresentações”
Nos
primórdios do audiolivro, o suporte utilizado era o K7 ou vinil. Atualmente,
sua forma predominante é no formato digital, podendo ser armazenado em CD e DVD
ou disponibilizado na internet em sites específicos, com acesso pago ou
gratuito, para serem capturados por downloads.
No audiolivro o ouvinte deve procurar
identificar as intenções expressas pela fala dos personagens, entendendo e
percebendo as entrelinhas do texto, para que dessa maneira consiga compreender
e dar sentido ao contexto da história. Sendo assim definida a forma de interação
entre o ouvinte e a história ouvida.Embora possua diferentes recursos de áudio,
o “leitor” (ouvinte) do audiolivro se diferencia do leitor imersivopois não há
uma leitura intermediada pelos infinitos recursos hipermidiáticos, onde o
leitor participa como coautor, criando seu próprio caminho.
Assim,
para entender melhor o funcionamento e as possibilidades de um audiolivro
torna-se importante estudar a sua produção. Daí a importância da característica
do audiolivro de resgatar a oralidade e enfatiza os cuidados necessários na
produção, emissão e recepção do audiolivro.Portanto, não
é necessário apenas estudar a morfologia e a semântica das palavras frente à
possibilidade do audiolivro, deve-se compreender a morfologia e a semântica do
som, assinando sua obra com sua impressão digital oratória e auditiva.
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